A estiagem está prejudicando comunidades ribeirinhas da Amazônia. Milhares de famílias estão sofrendo por causa do nível da água de rios e igarapés, que está muito baixo. As praias que se formam no meio dos rios dificultam a navegação. Eles são as principais vias de acesso a diversos municípios e comunidades. "Quando seca a gente não tem condições de sair para o Manaquiri. A gente que vive dentro fica preso. A gente precisa ir pro Manaquiri porque é que quando a gente trabalha, vende um peixezinho e compra o rancho da gente", explica Raimundo Soares Ferreira, pescador. Para conseguir água adequada para o consumo, os moradores precisam caminhar cerca de meia hora. Em Manicoré, região do rio Madeira, mais de trezentas mil melancias estragam no campo. Com a estiagem, os custos para levar o produto até a zona urbana aumentaram e inviabilizaram a produção. "Prefiro deixar no roçado, porque um carregador por menos de 30 reais ele não vai carregar. E a melancia sai, o cento 50 reais, o que a gente vai ganhar? A gente deixa lá", declara Antônio Lopes dos Santos, agricultor. De acordo com a Defesa Civil, onze municípios decretaram situação de emergência. Outros 19 estão em alerta nas calhas dos rios Solimões, Juruá, Purus e Madeira. E cerca de cinco mil famílias foram atingidas. "Uma das grandes necessidades que hoje os municípios do estado do Amazonas estão sofrendo nesta região estão sofrendo, são as dificuldades com a navegação fluvial, a escassez de alimentos básicos, as doenças respiratórios, o consumo de medicamentos das reservas técnicas dos municípios, bem como o isolamento das comunidades", comenta Roberto Rocha, secretário executivo da Defesa Civil – AM. Na região do Alto Solimões e rios Juruá e Purus, o nível do rio voltou a subir esta semana. Mas a chuva que atingiu o estado nos últimos dias não foi suficiente para melhorar a situação. O nível do rio continua a baixar em outras regiões do estado. Em Manaus, o rio Negro recua 22 centímetros por dia. Na quarta-feira ele atingiu dezenove metros e dez centímetros. Menos do que o registrado no mesmo dia 15 de setembro, na grande seca de 1963. Tem chovido em várias regiões do Amazonas, mas a seca dos rios na região, não depende apenas das chuvas dentro do estado. É preciso chover em toda a bacia, inclusive nas nascentes, que ficam fora do Brasil. É preciso lembrar que agosto, setembro e outubro são meses de seca, na Amazônia.
(FONTE: DEOLHONOTEMPO)
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